OLD Gamer Edicao 7

Nascido em uma era dourada para os RPGs, Earthbound conquistou seu espaço entre gigantes. Seus concorrentes eram games considerados até hoje como os maiores RPGs de todos os tempos, como Final Fantasy VI e Chrono Trigger. O game da Hal Laboratory (estúdio de Kirby e Smash Bros.) se destacou seguindo pelo caminho que franquias da Nintendo costumam preferir: ignorar os exemplos do mercado e criar algo particular, sem medo de errar. O resultado foi um mundo diferente e interessante, com desafios e narrativa surpreendentes. Por falar em mundos fantásticos, esta edição garante uma passagem (de classe econômica, é claro) para você visitar a caótica e decadente Los Angeles de Blade Runner, o melhor jogo a retratar o filosófico conflito entre replicantes e caçadores inspirado em um dos clássicos supremos do…

Is anos 1990 foram marcantes para a história dos RPGs japoneses. Final Fantasy, Breath of Fire, Mana, Phantasy Star, Super Mario RPG, Chrono Trigger, Shining Force, Beyond Oasis... Era difícil se destacar nessa era de gigantes, mas a genialidade sempre encontra um caminho. Enquanto a maioria dos JRPGs aconteciam em mundos de fantasia medieval ou de ficção científica, Earthbound subverteu o gênero com heróis e vilões ordinários em uma era moderna: embora o protagonista tenha algumas habilidades psíquicas, ele é só um garoto; do tipo que recebe mesada e precisa ligar para avisar aos pais se vai chegar tarde em casa. E, por boa parte da aventura, os inimigos não poderiam ser mais mundanos: cobras, ratos, lobos, fanáticos, integrantes de gangues e até corvos malandros que podem roubar itens dos…

Assim como as diversas mecânicas escondidas por baixo de tarefas comuns, o sistema usado para salvar o progresso de EarthBound é executado toda vez que Ness liga para o seu pai por meio dos telefones que existem em diversos pontos do jogo, principalmente em hotéis e lojas. Ao ligar para o pai, também é possível saber quanta experiência falta para cada personagem subir de nível e receber uma mesada proporcional à experiência em batalha – o dinheiro é depositado na conta bancária de Ness e é possível sacá-lo em um caixa eletrônico para comprar itens e equipamentos que ajudarão nos percalços do caminho. Além de ser uma mecânica interessante, falar com o pai de Ness apenas pelo telefone remete à ausência paterna real nos lares das crianças – algo bastante…

Raccoon City, uma cidade fictícia na região centro-oeste dos EUA, cresceu muito na década de 1960 graças a fortuna da empresa farmacêutica Umbrella, que tornou a cidade um de seus principais centros de produção. No final dessa década foi estabelecido o Departamento de Polícia de Raccoon City para manter a ordem em uma cidade cada vez mais urbanizada. Entre as repartições do departamento, uma ganhou destaque: Serviço de Táticas Especiais e Resgate (STARS), fundada em 1996. Vários de seus integrantes tinham treinamento militar, incluindo Chris Redfield, ex-membro da Força Aérea expulso por insubordinação. Órfão, Chris tem só a irmã Claire como família, além da amizade com Barry Burton desde as forças armadas. Chris e Barry, que também se uniu ao STARS, resolveram vários casos. Mesmo que empregasse métodos pouco ortodoxos,…

A importância de Blade Runner para a cultura pop é gigante, por isso é tão estranho lembrar que o filme de 1982 foi um fracasso de público em seu lançamento e até a crítica o deixou de lado. Mesmo assim, graças a uma direção de arte única, temas complexos e a uma trilha sonora espetacular, o longa-metragem tornou-se aos poucos um clássico cult e influenciou as obras de ficção científica nos anos seguintes. O filme começou a conquistar seu público com lançamentos domésticos na década de 1990, a partir daí não demorou para surgir a necessidade de desenvolver um jogo baseado no filme – uma segunda adaptação em videogame, já que a primeira versão foi lançada em 1985 para ZX Spectrum, sem sucesso. Era a vez da Westwood mostrar sua…

Por muitos anos, o jovem videogame teve um sonho: ser tão empolgante e imersivo quanto o seu irmão mais famoso, o cinema. Essa busca levou a eterna evolução de gráficos para serem mais realistas e, consequentemente, a uma fusão cada vez mais imperceptível entre jogo e vídeo, controlar e assistir. A essência de um jogo é participar daquilo que está na tela, então desenvolvedores começaram a buscar uma forma de não interromper o gameplay com cenas não interativas. Assim nasceu o Quick-Time Event (QTE), sistema que permitiu aos games envolver o jogador em cenas belas, intensas ou complexamente coreografadas como as vistas em grandes filmes de ação, ao mesmo tempo em que, com um mínimo de interatividade, não tira o protagonismo do jogador e a sensação de que ele é…