Como Cultivar Orquídeas

Colecionar exige empenho e dedicação para encontrar itens raros. Quando o objeto-desejO é uma orquídea, os cuidados são ainda maiores. A primeira planta sempre é a que traz mais recordações e tem uma história particular para ser contada inúmeras vezes. A equipe da Como Cultivar Orquídeas foi atrás de personagens com este perfil: apaixonados pelas orquidáceas, eles trilharam um caminho de erros e acertos e hoje transformaram o cultivo em prazer. É certo que muitas plantas gostam de bastante luminosidade ou meia-sombra. Mas há, por exemplo, algumas que sé desenvolvem a pleno sol. Confira em Iluminadas (página 24) todas as curiosidades sobre elas. Cada vez mais popular, o gênero Catasetum desperta a atenção pelo formato inusitado e por ter mais de cem espécies que apresentam três tipos de flores: masculinas,…

história Uma visita a Petrópolis, RJ, marcou o início da presença das orquídeas na vida do português Miguel Leite, residente em Porto Alegre, RS, desde 1969. Em 1979, ele esteve na bela cidade carioca, na qual teve contato com as famosas Laelia purpurata e a Cattleya leopoldii. A partir daí, o então técnico mecânico em aeronaves da Varig passou a aproveitar as viagens de férias a locais como João Pessoa, PB, e Manaus, AM, para incrementar a nova coleção, que atualmente conta com cerca de 10 mil exemplares. O crescente interesse culminou na associação ao Círculo Gaúcho de Orquidófilos (CGO), com sede em Porto Alegre, onde vive. O ano era 1980 e o incentivo veio do saudoso amigo Otávio Rainier, que o apadrinhou na ocasião. O que mais o motivou…

Na última edição de Como Cultivar Orquídeas, mostramos como é possível recuperar uma orquidácea gravemente debilitada pelo excesso de rega. Para deixá-la saudável novamente, ensinamos as etapas para realizar a Unidade de Terapia Intensiva (UTIj em saco plástico. Desta vez, vamos explicar um procedimento semelhante: a UTI feita em vaso de barro, também indicada para casos nos quais a planta está perdendo as raízes por causa do acúmulo de água. O excesso do líquido dificulta a aeração do substrato e, em consequência, as raízes morrem por falta de oxigenação, levando à perda do exemplar. Embora, na maioria das vezes, o tratamento seja eficiente, é sempre bom lembrar que a irrigação deve ser na medida certa, conforme a necessidade de cada espécie. Na dúvida, é essencial buscar informações sobre o assunto…

O gênero Catasetum talvez seja o mais intrigante da família Orchidaceae. Conta com mais de cem espécies, que se espalham pelas matas da América Tropical e, normalmente, apresentam três tipos de flores: masculinas, femininas e hermafroditas. “Começa aqui o fascínio peio gênero. Os exemplares podem produzir os três tipos em uma única haste floral. Isso porque as estruturas reprodutivas, como as polínias, estão na flor masculina. Esta é sempre mais colorida, com elementos atraentes como pelos e cílios, que se diferenciam muito de espécie para espécie. E em função desses tons e estruturas que a planta é identificada. A flor feminina assemelha-se sempre a um capacete em tons de verde, creme e amareloclaro, variando de tamanho conforme a espécie”, relata a bióloga e orquidóloga Apolônia Grade, de Alta Floresta, MT.…

É fato que as orquídeas terrestres não são as mais cultivadas pelos colecionadores e aparecem timidamente nas exposições, porém, é um grupo que merece ser melhor explorado. Apresenta variedade surpreendente de espécies, que vegetam nos mais diversos climas, solos, temperaturas e incidência solar. Alguns gêneros famosos são Arundina, Bletia, Cleistes, Cymbidium, Cypripedium, Cyrtopodium, Eulophia, Galeandra, Govenia, Habenaria, Liparis, Phaius, Paphiopedilum, Phragmipedium, Prescottia, Sarcoglottis e Sobralia. No País, ganham destaque Arundina bambusifolia, Bletia catenulata, Epidendrum cinnabarinum, Epidendrum denticulatum, Eulophia alta, Galeandra beyrichii, Prescottia oligantha, Sacoila lanceolata, Sobralia liliastrum, Spathoglottis plicata, Oeceoclades maculata, Phaius tankervilleae, Paphiopedilum insigne, Paphiopedilum callosum, Phragmipedium caudatum e os híbridos de Cymbidium. Segundo Fátima Caires, orquidófila e empresária da Aflora Produtos para Orquídeas, de São Paulo, SP, a maioria vive em climas temperados, tais como os da Europa…

orquídeas de pleno sol A maioria das orquídeas vegeta à meia-sombra. Entretanto, existem espécies com maior necessidade de luz. E o caso das heliófilas, que crescem a pleno sol. A mais conhecida é a Arundina graminifolia (a orquídea-bambu), mas são várias as que precisam do elemento em abundância para sobreviver, como exemplares dos gêneros Papilionanthe, Brassavola, Renanthera, Bifrenaria, Sophronitis, Dendrobium e Blefia. “Outros exemplos são as orquídeas europeias, em especial Orchis e Ophrys, Aceras e Anacamptis, plantas terrestres que crescem em locais secos”, conta José René Rocha, orquidólogo e orquidófilo, de Areado, MG. Também é possível encontrar Phalaenopsis vegetando em coqueiros a pleno sol em regiões praianas, com as folhas amareladas, mas em condições saudáveis de cultivo e florada. “Provavelmente são clones híbridos entre espécies advindas de locais mais ensolarados…